Mostrando postagens com marcador estudos. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador estudos. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 29 de março de 2016

Cursos online de Concursos Públicos


Concurso público é um processo seletivo que permite o acesso a emprego ou cargo público de modo amplo e democrático. É um procedimento impessoal onde é assegurada igualdade de oportunidades a todos interessados em concorrer para exercer as atribuições oferecidas pelo Estado, a quem incumbirá identificar e selecionar os mais adequados mediante critérios objetivos.


terça-feira, 22 de março de 2016

Cursinho Pré-Vestibular


Antigamente quem queria cursar o ensino superior precisava desembolsar o valor do curso que nem sempre está ao alcance, hoje em dia temos a opção do Vestibular, uma opção para quem quer cursar o ensino superior mas não tem condições de bancar o valor exigido, nos últimos anos o Vestibular vem crescendo dentre as faculdades, assim como também cresceu o número de faculdades que aceitam o ENEM como forma de entrada, porém os vestibulares também estão cada vez mais concorridos, muitos candidatos tentam a chance e estar preparado para eles é essencial para conseguri uma boa colocação.


quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Novo estudo mostra que o tempo pode ir para qualquer direção – inclusive para trás


A compreensão do que realmente é o tempo é uma das grandes questões em aberto da física, e tem intrigado os filósofos ao longo da história. O que ele é? Por que ele parece ter uma direção? O conceito que o define é a “flecha do tempo”, o qual é usado para indicar que o tempo é assimétrico – embora a maioria das leis do universo sejam perfeitamente simétricas.

Uma possível explicação para isso foi recentemente apresentada. O físico Sean Carroll, do Instituto de Tecnologia da Califórnia (CalTech), e o cosmólogo Alan Guth, do Instituto de Tecnologia de Massashussets (MIT), ambos nos EUA, criaram uma simulação que mostra que as setas podem surgir naturalmente de um sistema perfeitamente simétrico de equações.

A seta do tempo vem da observação de que o tempo de fato parece passar por nós e que a sua direção é consistente com o aumento da entropia do universo. A entropia é a medida da desordem do mundo; um ovo intacto tem menos entropia do que um quebrado, e se vemos um ovo quebrado, sabemos que ele costumava ser inteiro. A nossa experiência nos diz que os ovos quebrados não ficam inteiros de volta, que os cubos de gelo derretem, e que arrumar um quarto requer muito mais energia do que deixá-lo bagunçado.

Para qualquer lado

A obra de Carroll e Guth ainda é inédita, mas eles a discutem em profundidade na revista científica New Scientist. Sua simulação inclui um grande número de partículas que interagem sob a gravidade e que estão se movendo em direções aleatórias. Algumas partículas juntam-se naturalmente em um grupo, uma área de baixa entropia e, em seguida, se separam e expandem em um sentido de tempo específico. Surpreendentemente espelhando todo o sistema, a entropia ainda aumenta, o que demonstra que ambas as direções de tempo são uma solução viável.

Esta não é a primeira vez que algo assim tenha sido proposto. Em 2014, um grupo internacional de físicos desenvolveu um modelo simples que mostra que você pode ter leis simétricas da física e uma única flecha “aparente”. Seus resultados foram publicados na revista Physical Review Letters. Eles observaram que existe uma flecha do tempo, mas apenas do ponto de vista das partículas no sistema – para um observador externo, não havia nenhuma orientação especial.

O que os cientistas anunciaram vai ser definitivamente muito debatido assim que a pesquisa for publicada. O modelo oferece ideias intrigantes, mas não nos leva mais perto de responder o que é o tempo; se faz alguma coisa, ele aumenta as perguntas que temos sobre a sua natureza e complexidade. Nesta situação, é sempre bom lembrar da interpretação do escritor Douglas Adams: “O tempo é uma ilusão, o horário de almoço é uma ilusão em dobro”. [I Fucking Love Science]
Hypescience

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

5 histórias que muitos assumem estar na Bíblia, mas não estão


Considerando o fato de que a Bíblia cristã é o livro mais popular da história da humanidade, é surpreendente o quão pouco as pessoas sabem sobre o que realmente está escrito nele.
Claro, é um texto complicado que foi compilado e traduzido para diferentes línguas ao longo de milhares de anos, de forma que sua interpretação às vezes é confusa. No entanto, um monte de histórias e personagens que todo mundo associa com a Bíblia não são exatamente verdadeiras. Elas foram distorcidas ou construídas pela cultura popular, ao invés de se basearem no verdadeiro conteúdo da obra. Como:

5. Sodoma e Gomorra foram destruídas por causa da homossexualidade de seus moradores

historias distorcidas biblia 5

Se você perguntar a alguém para apontar uma parte da Bíblia onde Deus condena especificamente a homossexualidade, provavelmente a resposta será Gênesis 19, a história de Sodoma e Gomorra.
A história popular é que Deus destruiu essas duas cidades devido à homossexualidade desenfreada (é inclusive daí que vem a palavra “sodomia” como a conhecemos hoje), enviando dois anjos para extrair de lá apenas Ló, o único cidadão não gay, e sua família antes da ira descer na região.
O problema é que não há absolutamente nenhuma referência na Bíblia sobre qualquer pessoa em Sodoma ser gay. Mesmo que houvesse, essa nunca foi a razão para a ira de Deus. Se qualquer coisa, o maior pecado do povo de Sodoma foi que eles realmente odiavam gente de fora.
Na história, Deus envia dois anjos em forma humana para Sodoma para visitar a casa de Ló e informá-lo de que ele devia fazer as malas porque alguma coisa séria, estilo Antigo Testamento, estava programada para acontecer ali no dia seguinte. Isso porque o povo de Sodoma era “mau” e os seus pecados eram “graves” – nada mais específico do que isso. Mas quando os vizinhos de Ló viram que ele tinha visitantes de fora da cidade, reuniram suas tochas e foram mostrar aos estrangeiros sua incrível hospitalidade (eles faziam isso, aparentemente, batendo e estuprando).
É verdade que a turma de linchadores de Sodoma fez uma ameaça clara de estupro contra os visitantes (masculinos) de Ló. A citação da Bíblia, versão autorizada de King James em português, é: “Traze-os aqui fora para que tenhamos relações sexuais com eles!”. Em inglês, não é bem assim. Seria algo como “Traze-os aqui fora para que possamos conhecê-los”, muito embora, em discurso bíblico, “conhecer” alguém não significasse exatamente tomar um cafezinho juntos.
Muitos interpretam isso como evidência de quão louco o pessoal de Sodoma era por sexo gay. Só que fazer uma ameaça de estupro não torna uma pessoa gay. Na verdade, a torna um idiota violento (as prisões que o digam). Sem contar que essa linha é a única referência a qualquer tipo de atividade sexual em toda a história. Quando a Bíblia esclarece mais tarde o que Sodoma tinha feito para irritar Deus, o que é dito é que as pessoas de lá eram preguiçosas, arrogantes e pouco caridosas.

4. Os sete pecados capitais

historias distorcidas biblia 4

Você provavelmente sabe quais são os “sete pecados capitais” por causa do filme Se7en, mesmo se nunca pôs os pés em uma igreja. Estes são supostamente os sete piores pecados que você pode cometer: gula, orgulho, luxúria, avareza, ira, preguiça e inveja.
Se você está folheando a Bíblia procurando por eles, esqueça. Eles não estão lá. Se alguém tivesse dito isso para o personagem de Kevin Spacey no início, ele teria economizado meses de trabalho.
Os sete pecados são muito amplos, englobando praticamente qualquer tipo de delito que você possa pensar. De fato, esse é exatamente o ponto – os sete pecados capitais não são uma lista de regras tiradas da Bíblia, como os Dez Mandamentos. Eles foram formulados pela Igreja Medieval como uma maneira fácil de classificar todos os pecados.
Ao invés de um guia ditado por Deus, eles eram mais como uma espécie de “compilação” feita para tornar as 10 bilhões de regras da Bíblia um pouco mais digeríveis para o público em geral, já que quase ninguém tinha uma cópia real do livro (aquela coisa dos livros não serem impressos e precisarem ser copiados a mão era realmente um problema na época).
Então, os pecados capitais foram ditados pela primeira vez no século VI pelo Papa Gregório I, cuja intenção era chegar a uma pequena lista de elementos básicos de coisas que geravam a ira de Deus. Logo, esses pecados fizeram a transição da mitologia obscura para cânone da Bíblia quando Dante escreveu seu poema épico “A Divina Comédia”, mais conhecido por seu popular capítulo “Inferno”. Ele é dividido em sete círculos com base nos sete pecados mortais. Esses sete círculos, é claro, também estão longe de serem encontrados na Bíblia.
3. Purgatório
historias distorcidas biblia 3
Purgatório é supostamente o lugar para onde você vai se não é mau o suficiente para merecer o inferno, mas também não é santo o suficiente para ganhar uma cabaninha no céu. É como uma espécie de saguão de aeroporto em seu caminho para a salvação – se Deus não está bastante confiante de que você está carregando uma bomba cheia de pecado na sua mala, então você precisa passar pelo raio-X da justiça antes de embarcar para a felicidade eterna.
Na realidade, o purgatório não é algo que a Bíblia descreve literalmente; é mais algo que a doutrina católica sugere que deve existir a fim de resolver o problema de onde as pessoas vão depois que morrem, caso não tenham cumprido os requisitos de entrada no céu ou inferno.
Segundo a doutrina católica oficial, a existência do purgatório foi decidida durante o Concílio de Florença em 1431, porque a Bíblia não especifica seus termos de forma suficientemente clara (tipo, algumas pessoas decidiram que Deus não ficaria chateado se eles inventassem alguns detalhes para serem acrescentados no mundo que Ele criou).
Mas os teólogos logo descobriram um outro problema com a escritura: para onde os bebês vão quando morrem antes de terem a chance de ser batizados? E o que acontece com os justos que viveram e morreram antes de Jesus nascer?
Deus não seria tão cruel de mandá-los direto para o inferno, certo? Logo, vem o conceito de limbo, que, distinto do purgatório, é como uma cela temporária para as almas daqueles que mereciam ir para o céu, mas morreram antes da crucificação de Jesus ou eram demasiado ignorantes (por exemplo, bebês) para perceber que nasceram no pecado.
E dado que os conceitos de purgatório e limbo foram inventados depois que a Bíblia foi escrita, nunca entraram no discurso popular até Dante escrever sobre eles. É, parece que a galera gosta mais de espalhar a palavra de Dante que de Jesus.

2. A prostituta Maria Madalena

Appearance of Christ to Mary Magdalene

Maria Madalena é uma das personagens femininas mais famosas da Bíblia. O que a maioria das pessoas pensa é que ela foi discípula de Jesus (ofuscada por 12 caras muito mais famosos), que foi uma prostituta a quem Jesus perdoou, e que depois passou a segui-lo, lavando seus pés e se redimindo de uma vida de pecado. Alguns especulam que ela era a favorita de Cristo, levando a teorias da conspiração sobre a igreja ter encobrido o fato de que eles se casaram.
A realidade, no entanto, é que a Bíblia não fala quase nada sobre ela. Claro, Maria Madalena aparece nos Evangelhos como uma discípula de Jesus, mas é basicamente só isso. Ela não era uma prostituta e não era a única mulher em sua comitiva – outras mencionadas são Joana, mulher de Cuza e alguém chamada Susana.
Basicamente, os mitos que cercam a vida de Madalena surgiram quando as pessoas começaram a confundi-la com outras pessoas, por conta do fato de que há demasiadas mulheres na Bíblia chamadas Maria. Na verdade, existem dois outros personagens que foram consideradas “Maria Madalena” apenas por compartilhar o que foi provavelmente o nome mais popular da era – Maria de Betânia, irmã de Lázaro, que cozinhou um jantar para Jesus porque parecia a coisa certa a fazer depois que ele ressuscitou seu irmão, e uma mulher “que viveu uma vida de pecado”, que pode ou não ter sido chamada Maria também.
Ambas essas outras Marias cumprimentam Jesus jogando perfume em seus pés e limpando-o com seus cabelos, o que aparentemente era apenas uma coisa normal na época (ninguém na história parece pensar que isso é estranho). Mas a Igreja Católica medieval presumivelmente decidiu que tinha muitos personagens na Bíblia e que as pessoas iriam confundir todas essas Marias, lançando um decreto oficial que todas as três mulheres eram a mesma pessoa.
A igreja voltou atrás dessa alegação em 1969, mas como a maioria das pessoas não acompanha as minúcias do dogma católico, o mito é que Maria Madalena é a única tal “mulher pecadora” que limpou os pés de Jesus com seus cabelos. Aliás, a Bíblia não especifica que seu “pecado” significa que ela era uma prostituta. No entanto, as pessoas imediatamente terem assumido isso diz muito sobre a nossa sociedade.

1. Satanás provavelmente não é uma pessoa só

historias distorcidas biblia 1

Esse é um tópico de muita controvérsia – segundo a tradição cristã tradicional, Satanás foi um dos primeiros anjos e originalmente um dos favoritos de Deus, até que se rebelou e foi expulso para a Terra, onde se tornou o príncipe das trevas e o principal antagonista do bem. Mesmo que você não seja muito religioso, provavelmente supõe que esse cara tem um papel significativo na Bíblia.
Não é bem assim. Primeiro de tudo, a maioria das referências da Bíblia ao ser que pensamos como Satanás na verdade provavelmente referem-se a entidades completamente diferentes. Não é tudo uma criatura só. Por exemplo, a serpente no Jardim do Éden que convenceu Eva a comer do fruto proibido era provavelmente apenas uma serpente falante ao invés de um demônio que muda de forma, como evidenciado por Deus amaldiçoando-o a rastejar em sua barriga pela eternidade.
Mais tarde, no Antigo Testamento, a palavra “Satanás” é apenas usada para significar “adversário”, da maneira que “anticristo” foi usado para se referir a qualquer um que odiava os cristãos.
O mais estranho de tudo é que, em uma das poucas vezes que Satanás realmente aparece com um papel na Bíblia, ele é descrito como uma espécie de conselheiro de Deus. Na história de Jó, Satanás é um dos muitos anjos que frequentam o tribunal de Deus no reino celestial. Jó é o humano favorito de Deus devido ao seu senso de justiça, mas Satanás sugere que talvez ele não seria tão justo se Deus tirasse sua riqueza e família. Deus decide que Satanás tem um bom argumento e que seu conselho é uma boa ideia, seguindo-o.
Também parece que se referir ao diabo como Lúcifer foi apenas um erro, um simples mal-entendido – o autor de Isaías 14 tirou esse nome de um rei babilônico, comparando-o a descida do planeta Vênus (que se traduz aproximadamente a “brilhante estrela da manhã”). Tradutores posteriores depois decidiram que essa era uma referência a tal da única criatura demoníaca por trás de todo o mal.
Finalmente, o personagem de Satanás como o general em uma grande batalha contra Deus, que aparece no livro do Apocalipse, é uma das únicas vezes em que uma descrição física é feita de tal indivíduo. (Caso você não saiba, as versões do diabo com rabo, chifre, tridente, pele vermelha, são todas invenções da cultura pop). E o que é falado desse Satanás? Que ele é um dragão. Diversas vezes, aliás. Uma delas é a citação: “Ele prendeu o dragão, a antiga serpente, que é o Diabo e Satanás, e amarrou-o por mil anos” Apocalipse 20:2.
Hypescience

sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

21 objetos que você acha que são limpos, mas na verdade são mais sujos que o seu vaso sanitário


A barba dos homens pode ser mais suja do que o interior de um vaso sanitário. Pelo menos é o que afirma uma equipe de microbiólogos do Novo México, nos EUA, que descobriu paralelos alarmantes entre algumas bactérias da barba e germes fecais.
Mas, calma! Se você adora barbas, não precisa entrar em pânico: o estudo aparentemente não era exatamente científico. Mesmo assim, precisamos ficar atentos. Com um pouco mais de observação, é fácil constatar que as bactérias frequentemente encontradas em banheiros são também vistas em coisas cotidianas, como telefones celulares e menus de restaurante. E como estes objetos não são sempre limpos regularmente, enquanto banheiros sim (nós esperamos), muitos itens podem até superar os mal falados vasos sanitários e ser mais sujos do que você imagina.

21. Panos de louça

itens sujos casa 21
Os panos da cozinha são alguns dos itens mais sujos da casa. Geralmente germes e bactérias chegam até a cozinha através da carne crua e das vísceras dos animais. Segundo o Dr. Chuck Gerba, professor de microbiologia da Universidade do Arizona, nos EUA, existem cerca de 1 milhão de bactérias por polegada quadrada em um pano de louça comum, 20 mil vezes mais do que em um vaso sanitário comum.

20. Smartphones
itens sujos casa 20
Devido à forma como muitas vezes nós os usamos, smartphones carregam germes que podem superar as bactérias encontradas em assentos sanitários em dez vezes. O truque para se manter saudável, porém, é não compartilhar o seu telefone. Um dispositivo que tem germes vindos a partir de apenas um único indivíduo não representa um risco de saúde para o seu dono.

19. Teclados de computador

itens sujos casa 19
De forma alarmante, o teclado do seu computador pode ser até 500% mais sujo do que o assento do vaso sanitário – de acordo com as conclusões de um estudo realizado em 2008 no Reino Unido. Os pesquisadores da equipe, que examinaram 33 teclados, estavam especificamente à procura de bactérias que causam intoxicação alimentar.

18. Cubos de gelo

itens sujos casa 18
O inocente cubo de gelo pode ser mais sujo do que água do banheiro – pelo menos de acordo com uma investigação britânica de 2013. O gelo servido em 60% dos restaurantes pesquisados ​​tinha mais bactérias do que a água que flui através dos banheiros dos estabelecimentos.

17. Cardápios de restaurante

Portrait of a young woman holding a mobile phone

Não é exatamente uma surpresa saber que os cardápios são muitas vezes mais sujos do que o banheiro médio; eles são o que cada cliente com fome sempre toca, afinal de contas. Uma investigação feita pelo programa Good Morning America, da rede de televisão ABC, revelou que os menus de restaurante observados abrigavam uma média de 185 mil bactérias. Além disso, outros objetos em restaurantes não são tão limpos, principalmente considerando que nós nos alimentamos nestes lugares. Além dos mais óbvios, como pias de banheiro e maçanetas, os saleiro e pimenteiros, assim como as cascas de limão, por exemplo, podem ser pequenos reservatórios de germes e bactérias.

16. Controles remotos

itens sujos casa 16
Eles são tocados por todos na família, por isso, não é de admirar que controles remotos de televisão sejam um viveiro de germes. Além disso, eles também podem fazer mal. Em um estudo feito na Universidade de Virginia, nos EUA, em 2008, pesquisadores descobriram que 50% dos controles remotos abrigavam o vírus que causa os resfriados.

15. Mesas de escritório

itens sujos casa 15
Mesmo que pareçam limpas e organizadas, as mesas de escritório típicas podem ser mais sujas do que um vaso sanitário. A pequena seção onde o trabalhador descansa as mãos, por exemplo, pode armazenar cerca de 10.000 bactérias. O assento de banheiro típico, em comparação, tem apenas 50 germes que habitam cada polegada quadrada.

14. Tábuas de corte

itens sujos casa 14
Talvez devêssemos começar a cortar legumes no assento do vaso sanitário: apesar do inconveniente, de acordo com cientistas da Universidade do Arizona, seria mais limpo. A equipe de pesquisa descobriu que, em comparação ao banheiro, as tábuas têm em média uma incrível marca de 2.000% mais bactérias fecais – a maioria das quais vindas da carne crua.

13. Roupa lavada

itens sujos casa 13
Roupas recém-lavadas, alguém pode pensar, são o ápice da limpeza. Mas as famílias ambientalmente conscientes que usam lavagens mais frias podem estar involuntariamente permitindo que as bactérias prosperem, aumentando assim a possibilidade de infecções. A lavagem com água fria não elimina os germes e bactérias, que acabam se acumulando na roupa.

12. Escovas de dentes

OLYMPUS DIGITAL CAMERA

Essa aqui pode deixar um gosto engraçado na boca: escovas de dentes são tecnicamente mais sujas do que toaletes. Em 2014, um estudo da Universidade de Manchester, na Inglaterra, foi amplamente anunciado por ter descoberto o fato de que a escova de dentes média abriga mais de dez milhões de bactérias, e quanto mais próximo o item fica da privada, mais provável é que hospede germes fecais.

11. Tapetes

itens sujos casa 11
Apesar de todo o trabalho duro dos aspiradores de pó, tapetes podem permanecer bastante sujos. Philip Tierno, especialista em imunologia e microbiologia na Universidade de Nova York (EUA), descobriu que tapetes são a casa de cerca de 20.000 germes em cada polegada quadrada, tornando-os aproximadamente 4.000 vezes mais cobertos de bactérias do que assentos sanitários.

10. Geladeiras

itens sujos casa 10
O interior da geladeira está potencialmente entre os lugares mais sujos da casa. Na verdade, um estudo de 2010 nos EUA descobriu que mais de quatro em cada dez interiores de geladeiras testados abrigavam níveis perigosos de fungos e bactérias. Diga o que quiser sobre o assento do vaso sanitário, mas lá geralmente não tem pão amanhecido nem queijo estragado.

9. Interruptores de luz

itens sujos casa 9
Eles são usados ​​quase que instintivamente, o que pode explicar por que não estão exatamente no topo das nossas listas de limpeza. E, de acordo com o site de saúde Healthline, o acúmulo de sujeira e gordura nestes dispositivos os coloca entre as coisas mais sujas da casa.

8. Torneiras de cozinha

itens sujos casa 8
Bactérias na torneiras de cozinha podem superar suas homólogas nos assentos de toalete em uma proporção de 44 para um. Além disso, os testes do Conselho de Higiene do Reino Unido descobriram que 14% das torneiras apresentam níveis potencialmente perigosos de E. coli – um organismo que pode causar insuficiência renal.

7. Bolsas

itens sujos casa 7
Bolsas de mulheres provavelmente ​​abrigam um número maior de germes do que os banheiros. Isso de acordo com a Initial Washroom Higiene, uma empresa inglesa especializada em higiene de banheiros, que revelou que 20% das alças das bolsa representam um risco potencial para a saúde. Por causa de sua textura absorvente, bolsas de couro são as piores.

6. Botões de elevadores

itens sujos casa 6
Pressione um botão de elevador e você correrá o risco de entrar em contato com 40 vezes a quantidade de bactérias encontradas em assentos sanitários públicos. Este é o aviso da Microban Europa, empresa que fornece soluções antimicrobianas e antibacterianas. A companhia fez a descoberta surpreendente depois de examinar painéis de elevadores em aeroportos, hotéis, restaurantes e empresas em 2010.

5. Travesseiros

itens sujos casa 5
Travesseiros contêm bilhões de bactérias, a maioria das quais já viveram em seu rosto. Ainda assim, segundo o professor Jack Brown, da Universidade do Kansas, nos EUA, estes minúsculos organismos são inofensivos – contanto que as fronhas sejam lavadas semanalmente. Vale lembrar que é importante trocar os travesseiros a cada seis meses. Células mortas e ácaros costumam se acumular neles e causar acne, além de alergia em pessoas propensas a isso.

4. Tigelas de ração dos animais de estimação

itens sujos casa 4
Falta de limpeza regular na tigela de ração do gato ou do cachorro pode torná-las mais sujas do que o vaso sanitário – o que, na reflexão, faz todo o sentido. De acordo com especialistas em saúde pública da Fundação Nacional de Ciências dos EUA, tigelas de animais de estimação são um dos objetos mais sujos da casa.

3. Esponjas de cozinha

itens sujos casa 3
Elas servem supostamente para manter nossas cozinhas limpas, mas toda a absorção de sujeiras e a limpeza das superfícies das louças faz com que a inofensiva esponja de cozinha seja uma das coisas mais sujas em casa. De acordo com microbiologistas da Universidade do Arizona, elas podem abrigar 200.000 vezes o número de germes normalmente encontrados no assento do vaso sanitário. Isso porque a cozinha costuma concentrar uma grande quantidade de germes que entram na nossa casa através da carne crua dos animais.

2. Suportes de papel higiênico

itens sujos casa 2
Cuidado quando estiver se limpando. Os suportes de rolos de papel higiênico contêm 150% mais germes do que os assentos sanitários – um fato alarmante descoberto pelo programa The Doctors, da rede de TV americana CBS.

1. Notas de dinheiro

itens sujos casa 1
Assentos sanitários são completamente limpos em comparação com as notas de dinheiro. Mais de um quarto delas abrigam quantidades perigosas de germes. Isso de acordo com cientistas da Queen Mary University of London, que descobriram que algumas das cédulas que nós carregamos nos bolsos todos os dias hospedam a bactéria E. coli, potencialmente mortal. Além disso, um estudo feito em 2011 pelo Departamento de Saúde de Nova York apontou a presença de bisfenol em cédulas de 21 países, uma substância usada na fabricação de embalagens de plástico que pode causar câncer e hipertensão. E a coisa é ainda pior para os brasileiros: o mesmo estudo apontou que o real é uma das moedas mais sujas de todo o mundo.

Fonte: HypeScience

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Perca ou Perda?


É comum dúvidas como: O carro deu perca total ou perda total? Ou: Isso é uma perda ou perca de tempo? Essa confusão deve-se ao fato de “perca” e “perda” serem parônimas, isto é, palavras com grafia e pronúncia semelhantes.
Contudo, vamos esclarecer em definitivo essa imprecisão sobre o uso de “perca” e “perda”.
Perda: é o substantivo que corresponde ao verbo “perder” e tem sentido aproximado de “pessoa que se priva de algo ou de alguém por algum motivo”, “dano sofrido”, “prejuízo”.
Exemplos: Estamos abalados, em virtude da perda do campeonato.
Em razão da perda de sua cunhada, Talita estava muito triste.
A perda da disciplina nos incita à rebelião.
Perca: é uma forma verbal do verbo “perder”, a qual pode estar na primeira ou terceira pessoa do singular do presente do subjuntivo ou ainda na terceira pessoa do singular do imperativo.
Exemplos: Você não quer que eu perca minha hora!
Não quero que ele perca o sorriso nos lábios!
Não perca sua mochila!
Então, após as explicações acima, perguntamo-nos: O carro deu perca total ou perda total? e Isso é uma perda ou perca de tempo?
Primeiramente, o carro como sujeito da oração não pode dar por perdido alguma coisa. Então, alguém afirmou que o carro sofreu um dano tão grande que não poderá ser consertado ou então que alguém perdeu integralmente o carro em um acidente. Nesse sentido da frase, só pode ser “perda”.
Agora, se alguém está prejudicando seu tempo com algo improdutivo, então é “perda” de tempo, mesmo porque “perda” é um substantivo, uma vez que o verbo já existe na frase: “é”.
Portanto, o certo é dizer: O carro deu perda total e Isso é uma perda de tempo.
Por Sabrina Vilarinho
Graduada em Letras
Brasil ESCOLA

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

SALt: lâmpada revolucionária funciona só com água do mar

Aisa Mijeno é um arquiteto e cientista filipino que inventou uma lâmpada que pode revolucionar a maneira como lidamos com energia: ela funciona com "apenas" um copo de água salgada.Batizada de SALt (Sustainable Alternative Lightning), você já imaginou a revolução sustentável que essa invenção pode gerar?
A ideia por trás da SALt, segundo Mijeno, veio após uma temporada com os locais da tribo Butbut, em Kalinga, uma província nas Filipinas. No caso, os nativos não tinham qualquer acesso a eletricidade.
"Ela foi construída por meio de compostos químicos, catalisadores e ligas de metal que, quando colocadas submersas em eletrólitos, vão gerar eletricidade", comentou o inventor. Contudo, como a lâmpada funciona a partir do princípio científico da célula galvânica, ela não faz uso de soluções tóxicas. Um líquido salino já resolve o problema.
Mais barata do que querosene ou lâmpadas elétricas, a SALt pode ser uma revolução para lugares remotos. Ainda, pode ser uma revolução para cidades inteiras que buscam atitudes mais sustentáveis. "Não é só um produto, é um movimento social", adicionou Mijeno.
De acordo com o OddityCentral, a lâmpada ainda não está sendo produzida em larga escala. Porém, Mijeno vem recebendo prêmios e reconhecimentos internacionais, sendo citado até pelo presidente dos EUA, Barack Obama, por causa do "pensamento esplêndido" ao desenvolver a tecnologia.
O inventor acredita que uma lâmpada SALt de US$ 20 pode gerar 90 lúmens — a manutenção é uma troca de ânodo por US$ 3 a cada seis meses. A invenção ainda vai contar com uma porta USB para carregar gadgets.
"Nós vamos oferecer uma opção de luz que é mais barata, mais segura, mais sustentável e que não causa danos ao ambiente. Tudo isso por meio de uma solução salina, ou água do mar, que vai ser a catalisadora de eletricidade", finalizou Aisa Mijeno.
Fonte: Fatos Desconhecidos.

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Será que pessoas sem acesso à eletricidade dormem por mais de 8 horas?


É comum pensarmos que, antes da eletricidade, as pessoas dormiam assim que escurecia. Seguindo a mesma lógica e aproveitando o fato de que ainda há pessoas que vivem sem luz elétrica, um grupo de pesquisadores resolveu descobrir como elas dormem – os resultados que você vai conferir a seguir foram divulgados pela National Geographic. Será mesmo que a rotina de sono desses indivíduos é tão diferente da de quem tem acesso a todo tipo de tecnologia?
Para descobrir quantas horas dormem algumas das pessoas que não têm acesso à energia elétrica, um grupo de pesquisadores acompanhou a rotina de três tribos isoladas. No final das contas, assim como muita gente de todo o mundo, eles dormem em média 6,4 horas por noite.
Diferente do que poderíamos imaginar, são pessoas que dormem bem depois do pôr do sol e acordam antes de amanhecer. “Ao vermos o mesmo comportamento em três grupos separados por milhares de milhas em dois continentes, ficou claro que esse é um padrão natural”, explicou o responsável pela pesquisa, Jerome Siegel, da Universidade da Califórnia, nos EUA.
A tribo Hadza
Siegel, que é especialista em questões relacionadas ao sono, diz que as pessoas deveriam parar de se preocupar por dormirem menos do que 8 horas por dia: “Se você dorme 7 horas por noite, é perto do que os nossos ancestrais dormiam”.
Não significa, logicamente, que dormir não é fundamental à saúde. Estudos mais antigos já relacionaram falta de horas de sono a doenças do coração e ao ganho de peso, por exemplo. Atualmente, o grande vilão quando o assunto é sono são os celulares, computadores e tablets, que teimamos em levar conosco para a cama. Só para você ter ideia, um estudo recente mostrou que ler um eBook antes de dormir nos faz demorar mais para pegar no sono e nos deixa mais sonolentos quando acordamos, em comparação ao livro impresso.
Com relação à pesquisa de Siegel, a intenção era questionar a ideia de que o que nos faz dormir menos são os estímulos visuais e luminosos provocados pela tecnologia. Em seu estudo, ele avaliou a qualidade de sono dos povos Tsimane, Hadza e San, que estão entre as poucas sociedades que ainda vivem sem energia elétrica, iluminação artificial e controladores de clima. Quando a noite chega, essas pessoas se recolhem em suas casas, que são iluminadas com pequenas fogueiras. 
Criança da tribo Tsimane
Siegel pediu para que membros de cada uma das tribos usassem uma espécie de relógio, que nada mais era do que um aparelho que gravava os níveis de iluminação e registrava os movimentos dessas pessoas durante a noite. Outro autor do estudo, Gandhi Yetish, disse que as pessoas da tribo acharam graça do dispositivo, mas usaram porque todos queriam participar da pesquisa.
A análise dos dispositivos permitiu perceber que as pessoas dormem quatro horas, em média, depois do pôr do sol, e acordam geralmente uma hora antes de o Sol nascer. No verão, no entanto, as pessoas do grupo San acordam uma hora depois do nascer do Sol.
Conforme explica Siegel, nosso horário de acordar parece ser determinado em parte pela temperatura ambiente e pela incidência de luz natural, dois fatores praticamente inexistentes nas sociedades modernas.
Garota da tribo San
Outra conclusão interessante do estudo é o fato de que esses povos, ainda que durmam menos do que as tradicionais 8 horas recomendadas de sono, dormem o suficiente, não tiram cochilos durante o dia e não sofrem com problemas como a insônia. Na verdade, Siegel contou que os nativos nem mesmo conseguiram entender a definição de insônia. Para eles, não conseguir dormir é uma ideia inconcebível.
Depois que escurece, as pessoas dessas três tribos se reúnem para comer, conversar, tecer e, inclusive, caçar. Os Hadza definem o período noturno como um momento ideal para meditar a respeito do que foi feito durante o dia, o que se viu, aprendeu e as expectativas para o dia seguinte. Os pesquisadores descreveram as experiências noturnas dessas pessoas como um momento de intimidade, conversa, alegria e dança. É quase uma festa.
O fato é que essas conclusões já estão sendo debatidas por cientistas de todo o mundo. Ao que tudo indica, elas podem nos ajudar a entender melhor a questão do sono das pessoas da Idade da Pedra. Os autores da pesquisa também acham que não precisamos nos preocupar tanto por dormirmos pouco: “devemos relaxar e não devemos segurar a suposição de que tudo fica pior em nossa sociedade moderna”, aconselha o cientista Christoph Nissen. E você, tem dormido bem?
Por Daiana Geremias - Mega Curioso

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Quem foi Simone de Beauvoir, que causou polêmica no Enem 2015?



A edição de 2015 do Enem aconteceu nos dias 24 e 25 de outubro e, como todos os anos, há sempre os assuntos mais comentados a respeito da prova. Dessa vez, o que parece ter chamado mais a atenção mesmo foi uma pergunta da prova de Ciências Humanas, que fez referência a uma das citações mais famosas de Simone de Beauvoir. A questão em si contextualizava as lutas feministas da metade do século 20. quando a palavra “feminismo” entra em pauta, vem com ela uma avalanche de polêmicas. Sempre.
O reflexo da questão pôde ser sentido fortemente nas redes sociais, em que pessoas contra e a favor do tema se manifestaram de todas as formas possíveis. Por um lado, ativistas feministas comemoravam a abordagem do assunto. Por outro, antifeministas se revoltavam tanto com a questão em si quanto com a comemoração das feministas e dos defensores da ideologia que prega, basicamente, a igualdade entre os gêneros feminino e masculino.


Feminismo resiste <3 <3 <3
Posted by Empodere Duas Mulheres on Sábado, 24 de outubro de 2015
É interessante perceber que algumas pessoas, principalmente aquelas que não se dizem feministas e também aquelas que não sabem muito bem o que é feminismo, criticaram a autora em questão sem saber muita coisa sobre ela. O que poderia se transformar em um debate interessante acaba virando uma troca de ofensas sem muito sentido. Ora, se um crítico de vinhos estuda o cultivo de cada tipo de uva e a qualidade de produção de cada safra, não seria interessante saber melhor quem foi Simone de Beauvoir antes de sair falando bem ou mal dela?
Temos bastante noção de que muitos de nossos leitores se irritam apenas com a palavra “feminismo” e já prevemos que os comentários neste texto não serão muito educados. Ainda assim, resolvemos falar sobre essa mulher, que pode ter uma legião de odiadores em todo o mundo, mas também fez muita coisa interessante durante a sua vida.

Quem foi Simone de Beauvoir?

Nascida em Paris no dia 9 de janeiro de 1908, Simone de Beauvoir é considerada um dos nomes mais influentes do feminismo moderno. Criada em uma família tradicionalmente católica, optou pelo ateísmo quando ainda era adolescente. Questões relacionadas à existência, no entanto, nunca deixaram de fazer parte de seus interesses – ela só deixou de analisar esses assuntos com base religiosa.
Aos 21 anos, Beauvoir saiu de casa para estudar Filosofia na Universidade de Sorbonne. No ano de sua graduação, em 1929, ela conheceu o famoso filósofo Jean-Paul Sartre, dando início a uma relação amorosa bastante peculiar, que é discutida, criticada e estudada até hoje.
Como os dois eram filósofos, a relação, além de romântica e com um grande cunho de amizade, tinha também uma troca intelectual grandiosa. Pode-se dizer, portanto, que Beauvoir influenciou o trabalho de Sartre, assim como o contrário também é verdadeiro.
O casal estava sempre à frente de seu tempo e buscava quebrar os mais diversos paradigmas. Por não concordarem com os princípios da monogamia, por exemplo, tinham uma relação aberta a experiências amorosas e sexuais com outras pessoas. O casamento também não fez parte da vida do casal, graças à crença de Beauvoir de que o relacionamento deles não deveria ser definido com base em normas institucionais.
Em um primeiro momento, é comum que esse tipo de comportamento provoque estranheza. Acontece que, se pensarmos na questão da Filosofia, apenas, temos conceitos que estão sempre ligados a questionamentos com relação a temas como estruturação social, crenças religiosas, formas de governo e, inclusive, àqueles relacionados a gênero.
Por essência, a Filosofia é justamente esse exercício de análise. No aclamado livro “O Segundo Sexo”, de Beauvoir e de onde foi tirada a citação que foi utilizada no Enem, a autora começa justamente questionando a origem das organizações sociais que nos parecem tão normais hoje.
Quem foi que começou tudo? Quem definiu que homens são superiores às mulheres? Se você está pensando que hoje as mulheres já podem trabalhar, votar e tudo o mais, ao menos no Brasil, saiba que não estamos falando da atualidade, mas de situações mais antigas, que formaram a base da existência do ser humano enquanto criatura social e que, obviamente, influenciam a forma como vivemos até hoje.
Se até os dardos utilizados no atletismo têm origem nas lanças que os homens primitivos usavam para caçar, seria ingenuidade nossa acreditar que decisões sociais tomadas por pessoas sem muito conhecimento científico e psicológico, e que sempre colocaram as mulheres como inferiores, não continuariam a influenciar o comportamento humano. Esse tipo de influência é tão forte e “natural” que nem percebemos que ela existe.
Mulher que era, Beauvoir começou a questionar o papel social do gênero ao qual pertencia – inclusive dentro da própria Filosofia! No mesmo livro citado anteriormente, há uma fala de Pitágoras, filósofo e matemático grego: “Há um princípio bom que criou a ordem, a luz e o homem e um princípio mau que criou o caos, as trevas e a mulher”.
Se há alguns séculos a mulher não podia trabalhar, votar ou expressar uma opinião em praticamente toda a sociedade civilizada, podemos concluir que todos os filósofos, pensadores, inventores, artistas, cientistas e políticos de renome eram homens. Agora, sendo simplistas ao máximo, vamos fazer uma comparação: meninos, vocês não sabem, por exemplo, o prazer que o clitóris proporciona nem conseguem conceber a ideia de um orgasmo que dure mais do que alguns meros segundos, certo?
Vocês conseguiriam, então, rapazes, explicar EXATAMENTE o que é um orgasmo múltiplo? A resposta, a gente sabe, é não. E aí você se pergunta como essa autora feminazi maluca e idiota começou a falar de orgasmos múltiplos. Eu explico: se o sexo é um dos fatores que difere homens e mulheres, e se, além disso, é um dos assuntos que mais nos fazem prestar atenção, nada melhor do que ele para explicar que homens não podem falar em nome das mulheres. E vice-versa.
"Eu, Daiana, jamais poderei dizer qual é o prazer que um homem sente quando recebe sexo oral. Simplesmente porque eu não tenho um pênis. Beauvoir, como muitas mulheres, que se dizem ou não feministas, sempre achou errado que o papel social das mulheres fosse ditado por homens. Como os homens poderiam estipular os limites das mulheres se eles não sabiam como era ser mulher?"
A citação usada na prova do Enem – “Ninguém nasce mulher: torna-se mulher” (p. 361 de “O Segundo Sexo”) – foi escrita pela autora depois de 360 páginas de um texto complexo, que reuniu conceitos biológicos, psicanalíticos e históricos sobre ser mulher. Como boa pesquisadora que era, Beauvoir teve sempre o cuidado de não fundamentar suas publicações com base no que ELA achava, mas sim com base em análises dos mais diversos historiadores, filósofos, religiosos, artistas e formadores de opinião, de um modo geral.
A frase, fora de contexto, pode parecer sem muito sentido, mas quem conhece a obra da autora e a linha de raciocínio dela percebe que se trata de uma síntese de tudo o que ela explica antes: a formação social da mulher, do papel da mulher, com base em uma ideia de inferioridade que surge, na verdade, nas crenças antigas que sempre atribuíram ao gênero feminino a noção de fragilidade, e ao masculino, o de força e virilidade.
Nesse sentido, podemos dizer que ideia enraizada e que ainda persevera é a de que o homem, enquanto criatura dona de um falo idolatrado, não pode ser “inferior” à mulher, quando esse nunca foi o objetivo. “Assim como eu não acredito que as mulheres são naturalmente inferiores aos homens, também não acredito que elas são naturalmente superiores”, disse ela, em uma entrevista em 1976.
A própria Beauvoir não começou seus estudos se definindo como feminista – em vez disso, ela estudava as propostas de formações sociais e buscava uma forma de propor igualdade. Com o passar do tempo, observou que nenhum modelo tratava as mulheres de forma igualitária em relação aos homens, e seus estudos começaram a mudar de rumo.
Suas declarações eram polêmicas. Quando disse que a maternidade era uma forma de escravidão, por exemplo, foi criticada amplamente. A escravidão a que se referia era o modelo tradicional no qual a mulher nascia para se casar, procriar e cuidar da casa, deixando, assim, de estudar, trabalhar e ter interesses além da cozinha.
Por causa desse tipo de declaração, a autora acabou sendo alvo de perseguição e de pessoas que tentavam tirar os méritos de seus trabalhos. Em discussões feministas modernas, há não apenas discussões sobre a obra de Beauvoir, mas também críticas a essa obra – pode-se dizer, por exemplo, que um dos grandes “pecados” do feminismo moderno foi a ausência de mulheres negras. Se o feminismo é, em princípio e por essência, para todas, por que dar voz somente às mulheres brancas?
Felizmente, assim como toda linha de estudo que está sempre evoluindo, o feminismo de hoje conta não apenas com feministas negras, que precisam de seu papel protagonista, como com feministas transexuais e lésbicas, que também necessitam de representatividade.
Simone de Beauvoir pode ser um dos nomes mais aclamados na área, mas além dela há muitas mulheres que questionaram e que ainda questionam as estruturas sociais, a representatividade política, as medidas tomadas em relação aos casos de misoginia, as questões de gênero e tantos outros assuntos que, por interferirem direta ou indiretamente na vida das pessoas, devem sempre ser debatidos.
No Brasil, atualmente podemos citar o trabalho de Djamila Ribeiro e Maria Clara Araújo como bons exemplos. Duas mulheres que, ao abordarem o feminismo negro e transgênero, vão, aos poucos, ajudando a criar um espaço mais amplo e ideal de debate. Ao contrário do que se pensa, a luta feminista não precisa parar pelo voto ter sido concedido às mulheres. Os problemas que muita gente enfrenta apenas por ser do gênero feminino, não só no Brasil, mas em todo o mundo, ainda são assustadores.
Ver uma citação de Beauvoir em uma prova realizada por milhões de adolescentes tem, sim, um valor histórico muito alto, que nem todo mundo consegue ver. Como dissemos no início do texto, esse tipo de problematização passa a ser mais bem compreendido a partir do momento em que questionamos o universo à nossa volta.
Apelando de novo à primeira pessoa, posso dizer que eu, Daiana, já me referi ao feminismo como um burburinho sem propósito, quando era mais jovem. Foi por meio da curiosidade, do questionamento e da leitura que comecei a abrir minha mente nesse sentido e a desconstruir ideias que, eu nem percebia, não pululavam minha cabeça porque eram minhas, mas porque me foram enfiadas goela abaixo desde que me conheço por gente.
Por mais paradoxal que seja, quando o assunto é feminismo, desconstrução deveria ser sempre a palavra de ordem. Você, leitor que fez o Enem e não gostou da citação de Beauvoir, pode ser contra ou a favor do que quiser. Não estamos querendo convencê-lo a amar o feminismo e a autora em questão. A proposta aqui é a das mais simples: pensar. Pensando, demonstramos curiosidade, e a curiosidade, como você já sabe, é a base de grandes aprendizados e descobertas. Ainda que você discorde de absolutamente tudo o que leu até aqui, não é interessante pelo menos conhecer um pouco mais sobre o tema? 

Atualização

Alguns leitores comentaram a respeito das afirmações de que Beauvoir era nazista e pedófila, então resolvemos falar sobre esses aspectos também. Essa história, que circula em todo o mundo e não apenas no Brasil, teve início em uma publicação no A Voice For Men, quando um homem romeno, que era contra o feminismo, escreveu um artigo com inúmeras informações polêmicas sobre a vida da autora. Esse texto foi traduzido para diversos idiomas, e, desde então, é utilizado como fonte para que novos textos do mesmo estilo sejam publicados. E aí a coisa vira uma bola de neve.
O texto acusa Beauvoir de ser nazista, pedófila, misógina e misândrica – acusações que toda feminista, em menor ou maior grau, já deve ter ouvido. Como dissemos no início do texto, Beauvoir nasceu em 1908 e, portanto, viveu em uma época bem diferente da nossa, presenciando, inclusive, a ocupação nazista na França durante a Segunda Guerra Mundial.
A filósofa trabalhou na Rádio Nacional Francesa, a Radio-Vichy: “Escritores do nosso lado tacitamente adotavam algumas regras. Não se podia escrever nos jornais e nas revistas da zona ocupada nem falar na Rádio Paris; podia-se trabalhar para a imprensa da Zona Livre e para a Radio-Vichy: tudo dependia no sentido dos artigos e programas”, disse ela.
De acordo com a professora de Literatura Francesa e especialista na obra de Beauvoir, a alemã Ingrid Galster, não houve qualquer envolvimento da autora com o regime nazista. Para ler a análise completa e detalhada, clique aqui. Vale lembrar também que a filósofa fugiu da França em 1944 e só retornou depois da desocupação nazista. Neste link é possível fazer o download de um artigo escrito pela professora Susan Suleiman, de Harvard, também sobre o mesmo tema.
Sobre a pedofilia, a acusação tem a ver com o ideal libertário e provocador do casal Beauvoir e Sartre. Como estamos falando de pessoas que viviam em uma época na qual era comum que adolescentes de 15, 16 e 17 anos se casassem, para muitos é chocante que tanto Sartre como Beauvoir tivessem relações com pessoas dessa faixa etária – daí vem a questão da pedofilia.
Muitos assuntos que envolvem a vida sexual e social do casal são utilizados para denegrir a imagem de ambos, mas especialmente a de Beauvoir. Provocadores por natureza e especialistas em causar choques sociais e questionar tabus, são criticados, muitas vezes, por questões que envolvem julgamento de valor. Vai de cada um, então, decidir se o que importa é a contribuição social ou a vida particular de cada pessoa. Aliás, inúmeras intrigas envolvendo figuras públicas são levantadas com base na vida íntima dessas pessoas, e não em seus trabalhos.
No caso do artigo divulgado pelo A Voice For Men, a pedofilia foi fundamentada também a partir do ensaio que Beauvoir publicou em 1959 sobre Brigitte Bardot e a “Síndrome de Lolita”. De novo, voltando à primeira pessoa, posso dizer que, pessoalmente, não concordo com todos os posicionamentos de Beauvoir, mas isso, para mim, não diminui a contribuição dela com o feminismo. Além do mais, me parece fundamental sempre avaliar a questão pelo contexto histórico dentro do qual aconteceu. O que você acha?

POR DAIANA GEREMIAS