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sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Por que bocejamos?


É um sinal, causado por um reflexo involuntário, de que o corpo necessita de sono. Uma vez iniciado o bocejo, é quase impossível interrompê-lo. A pessoa pode fechar a boca, mas os músculos acionados pelo reflexo continuam a sua contração. O ser humano e muitos outros animais bocejam quando o oxigênio começa a ficar escasso no ambiente em que estão e quando seus músculos estão inteiramente relaxados. Uma pessoa que boceja com freqüência provavelmente não está recebendo oxigênio suficiente para suas necessidades. Ela pode estar precisando de um ambiente mais ventilado ou de exercícios. Em geral, essa pessoa deixará de bocejar se beber alguma coisa ou banhar o rosto com água fria.
"O bocejo ainda não é muito conhecido pela medicina", diz Arnaldo Lichtenstein, clínico geral do Hospital das Clínicas de São Paulo. Falta esclarecer qual é a parte do sistema nervoso que controla o reflexo, possivelmente o mesencéfalo (no centro do cérebro). Uma das finalidades do bocejo pode ser a de despertar o indivíduo, ao fazer ele estirar os músculos, e ajudar o sangue a circular.
"Há muita gente que acredita que ele tenha grande utilidade no nosso dia-a-dia. Quando uma pessoa está sonolenta, a distensão dos alvéolos pulmonares fica um pouquinho menor e o bocejo, assim como o suspiro, serviria, então, para desfazer esses pequenos colapsos do pulmão", afirma Arnaldo.
O reflexo pode ser acionado também pela visão de outro bocejo - ou seja, é contagioso: quando vemos alguém bocejando, logo sentimos vontade de fazer o mesmo.
Ventilação totalBocejo escancara as vias respiratórias para dar mais oxigênio ao organismo
1. A contração dos alvéolos pulmonares é uma das reações que desencadeiam o reflexo do bocejo
2. O cérebro dispara esse reflexo fazendo os músculos do rosto se contorcerem e a boca se abrir, aumentando a inspiração de ar

Conseguiu ler tudo e ver todas imagens sem bocejar? Duvido!

Adaptado de Mundo Estranho

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Será que pessoas sem acesso à eletricidade dormem por mais de 8 horas?


É comum pensarmos que, antes da eletricidade, as pessoas dormiam assim que escurecia. Seguindo a mesma lógica e aproveitando o fato de que ainda há pessoas que vivem sem luz elétrica, um grupo de pesquisadores resolveu descobrir como elas dormem – os resultados que você vai conferir a seguir foram divulgados pela National Geographic. Será mesmo que a rotina de sono desses indivíduos é tão diferente da de quem tem acesso a todo tipo de tecnologia?
Para descobrir quantas horas dormem algumas das pessoas que não têm acesso à energia elétrica, um grupo de pesquisadores acompanhou a rotina de três tribos isoladas. No final das contas, assim como muita gente de todo o mundo, eles dormem em média 6,4 horas por noite.
Diferente do que poderíamos imaginar, são pessoas que dormem bem depois do pôr do sol e acordam antes de amanhecer. “Ao vermos o mesmo comportamento em três grupos separados por milhares de milhas em dois continentes, ficou claro que esse é um padrão natural”, explicou o responsável pela pesquisa, Jerome Siegel, da Universidade da Califórnia, nos EUA.
A tribo Hadza
Siegel, que é especialista em questões relacionadas ao sono, diz que as pessoas deveriam parar de se preocupar por dormirem menos do que 8 horas por dia: “Se você dorme 7 horas por noite, é perto do que os nossos ancestrais dormiam”.
Não significa, logicamente, que dormir não é fundamental à saúde. Estudos mais antigos já relacionaram falta de horas de sono a doenças do coração e ao ganho de peso, por exemplo. Atualmente, o grande vilão quando o assunto é sono são os celulares, computadores e tablets, que teimamos em levar conosco para a cama. Só para você ter ideia, um estudo recente mostrou que ler um eBook antes de dormir nos faz demorar mais para pegar no sono e nos deixa mais sonolentos quando acordamos, em comparação ao livro impresso.
Com relação à pesquisa de Siegel, a intenção era questionar a ideia de que o que nos faz dormir menos são os estímulos visuais e luminosos provocados pela tecnologia. Em seu estudo, ele avaliou a qualidade de sono dos povos Tsimane, Hadza e San, que estão entre as poucas sociedades que ainda vivem sem energia elétrica, iluminação artificial e controladores de clima. Quando a noite chega, essas pessoas se recolhem em suas casas, que são iluminadas com pequenas fogueiras. 
Criança da tribo Tsimane
Siegel pediu para que membros de cada uma das tribos usassem uma espécie de relógio, que nada mais era do que um aparelho que gravava os níveis de iluminação e registrava os movimentos dessas pessoas durante a noite. Outro autor do estudo, Gandhi Yetish, disse que as pessoas da tribo acharam graça do dispositivo, mas usaram porque todos queriam participar da pesquisa.
A análise dos dispositivos permitiu perceber que as pessoas dormem quatro horas, em média, depois do pôr do sol, e acordam geralmente uma hora antes de o Sol nascer. No verão, no entanto, as pessoas do grupo San acordam uma hora depois do nascer do Sol.
Conforme explica Siegel, nosso horário de acordar parece ser determinado em parte pela temperatura ambiente e pela incidência de luz natural, dois fatores praticamente inexistentes nas sociedades modernas.
Garota da tribo San
Outra conclusão interessante do estudo é o fato de que esses povos, ainda que durmam menos do que as tradicionais 8 horas recomendadas de sono, dormem o suficiente, não tiram cochilos durante o dia e não sofrem com problemas como a insônia. Na verdade, Siegel contou que os nativos nem mesmo conseguiram entender a definição de insônia. Para eles, não conseguir dormir é uma ideia inconcebível.
Depois que escurece, as pessoas dessas três tribos se reúnem para comer, conversar, tecer e, inclusive, caçar. Os Hadza definem o período noturno como um momento ideal para meditar a respeito do que foi feito durante o dia, o que se viu, aprendeu e as expectativas para o dia seguinte. Os pesquisadores descreveram as experiências noturnas dessas pessoas como um momento de intimidade, conversa, alegria e dança. É quase uma festa.
O fato é que essas conclusões já estão sendo debatidas por cientistas de todo o mundo. Ao que tudo indica, elas podem nos ajudar a entender melhor a questão do sono das pessoas da Idade da Pedra. Os autores da pesquisa também acham que não precisamos nos preocupar tanto por dormirmos pouco: “devemos relaxar e não devemos segurar a suposição de que tudo fica pior em nossa sociedade moderna”, aconselha o cientista Christoph Nissen. E você, tem dormido bem?
Por Daiana Geremias - Mega Curioso

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Projeção Astral: Viagens fora do corpo


Não são poucas as pessoas que relataram a sensação de se desprender do corpo durante o sono. Há quem acredite que Cientistas como Kepler, Einstein e Jung também teriam vivido essa experiência

Numa madrugada há pouco mais de 20 anos, o médico urologista carioca Luiz Otávio Zahar teve a sensação de acordar no meio da academia de ginástica que costumava freqüentar. As luzes estavam apagadas e não havia ninguém usando os aparelhos de musculação nem circulando pelos corredores. O médico percorreu o espaço de um lado para o outro, sentindo-se absolutamente consciente. Mas seu passeio noturno, segundo Zahar, tinha uma peculiaridade: ele via tudo do alto, como se estivesse suspenso, flutuando.

Não foi a primeira vez que Zahar experimentou aquela sensação. Desde a adolescência, sentia-se plenamente acordado no meio de algumas noites, circulando por lugares às vezes conhecidos, às vezes não. Descobriu que alguns davam a essa curiosa experiência o nome de projeção astral, outros de experiência extracorpórea, desdobramento ou projeção da consciência. Zahar acabou por acostumar-se e aceitar alguns desses diagnósticos, mas mantinha consigo uma dúvida secreta sobre a veracidade de suas sensações e visões.

Naquela madrugada na academia, porém, Zahar resolveu pôr à prova a tese de que realmente conseguia – como tantas outras pessoas dizem conseguir – sair do corpo, manter o estado de vigília e usar os sentidos para observar coisas concretas. “Eu não deixo de ser, fora do corpo, aquele médico cartesiano que sou, que quer comprovar as coisas. Pensei: ‘tenho de fazer alguma coisa para provar a mim mesmo essa experiência’. Então vi um parafuso esquecido no alto de uma máquina de exercício. Acordei e anotei”, conta. No dia seguinte, foi até a máquina. Para ver o que havia em cima dela, precisou subir em um banco. Do chão, era impossível enxergar. “Subi e vi o parafuso lá.”

Para a ciência convencional, a idéia de que podemos sair do corpo não apenas está longe de ser provada como soa absurda. Afinal, a ciência não acredita em “espíritos”. Não aceita a idéia de uma “essência” vivendo dentro do nosso corpo – portanto, não dá nem para imaginar que seja possível um se separar do outro. Segundo o modelo científico, somos nosso corpo: nossa essência, inseparável de nós, está dentro das nossas células, em especial nas do cérebro. Está justamente no cérebro a explicação dos cientistas para esse fenômeno – e ela é bem prosaica, quase decepcionante (veja no quadro à direita).

Há quem acredite, no entanto, que o ser humano seja capaz de se desprender do corpo durante o sono, de se deslocar através de paredes, de viajar distâncias a velocidades impensáveis, de interagir com outros que estão no mesmo estado ou mesmo com quem já morreu. Tudo isso sem perder a consciência, o pensamento lógico e o comando sobre seus movimentos, tal qual fazemos durante o dia. Antonio Cesar Perri de Carvalho e Osvaldo Magro Filho, autores de um livro chamado Entre a Matéria e o Espírito (O Clarim, 1990), fizeram uma compilação de relatos sobre personalidades que teriam vivido experiências extra-sensoriais. Um deles teria sido o astrônomo alemão Johannes Kepler (1571-1630), que tentou decifrar o movimento dos planetas numa época em que os telescópios ainda estavam em uma fase inicial. “Todas as observações dos séculos anteriores estabeleciam apenas os movimentos aparentes porque tinham sido feitas de uma plataforma móvel – a própria Terra”, conta seu biógrafo, Robert Strother. “Kepler superou isso transportando-se pela imaginação para fora do sistema, olhando para baixo de um ponto no espaço.” O próprio Kepler narrou em um de seus livros, Somniun, a história de um personagem que viajava em sonhos para a Lua. A descrição da superfície lunar confere com o que, séculos depois, veio a se conhecer de fato.

Sobre o físico Albert Einstein, o criador da Teoria da Relatividade, o livro Entre a Matéria e o Espírito cita simplesmente um trecho de uma biografia do cientista no qual ele revela a um amigo que tinha concebido suas idéias revolucionárias “através de uma visão”.



Sonhos de Jung

O psiquiatra suíço Carl Jung parece ter ido mais além no terreno das experiências raras. Ele escreveu sobre fatos estranhos que teriam ocorrido em sua casa – como móveis que se partiam sozinhos sem motivo aparente. O criador da psicologia analítica escreveu também sobre sua capacidade de, às vezes, saber de fatos sobre alguém sem que ninguém os tivesse contado. Em 1944, vitimado por um enfarte, descreveu uma visão que alguns consideram uma experiência de projeção astral. “Parecia-me estar muito alto no espaço cósmico. Muito abaixo de mim, vi o globo terrestre banhado de uma maravilhosa luz azul (...) O espetáculo de ver a Terra dessa altura foi a experiência mais feérica e maravilhosa da minha vida.”

Quem diz já ter vivenciado uma experiência desse tipo enfatiza: a lembrança do que acontece é a mesma que se tem de um fato vivido durante o dia, quando se está acordado e de olhos bem abertos. E que essas lembranças nada têm a ver com as de sonhos – por mais reais que estes às vezes pareçam. “As saídas do corpo são estudadas desde a Antigüidade, especialmente no Oriente. Mas era um conhecimento vetado, do campo de cada doutrina”, diz Wagner Borges, escritor, conferencista e pesquisador do assunto. Autor de sete livros e fundador do Instituto de Pesquisas Projeciológicas e Bioenergéticas (IPPB), Borges dá em suas palestras dicas para quem quiser passar pela experiência extracorpórea de forma consciente. Uma das primeiras perguntas que costuma ouvir é: e se o espírito se desprender para sempre? Para Borges, isso é impossível, já que o corpo, enquanto houver vida, manteria uma conexão indestrutível – “um feixe de energia”, como ele descreve – com o espírito.

Borges, de 43 anos, diz já ter passado por várias experiências desse tipo. As primeiras aconteceram aos 15 anos. “Passava um sufoco. Acordava e não conseguia me mexer”, conta, falando de um “sintoma” comum num processo de projeção. “Uma vez tentei me acalmar, me soltei e vi meu corpo deitado.” Esse seria um dos efeitos da projeção: ver a si mesmo no quarto, deitado, dormindo, exatamente como se realmente está. Em outros casos, o que se vêem são cenários desconhecidos e outras pessoas “projetadas”, pessoas e até mesmo animais, diz Borges. O nível de consciência, segundo ele, varia conforme a ocasião.

O contador paulista Fernando Augusto Golfar, de 37 anos, afirma que vive projeções desde os 6 anos. Contava a seus pais episódios vivenciados por parentes já mortos com os quais falava durante as experiências e visões de lugares que lembrava ter visto dias antes de visitá-los com a família. Por via das dúvidas, a mãe o levou algumas vezes a uma benzedeira. As experiências prosseguiram. “Geralmente me vejo em locais de assistência, hospitais, áreas carentes, enterros ou ajudando usuários de drogas”, conta. Assim como Borges, Golfar afirma ter desenvolvido sua mediunidade. Para ele, isso ajuda em suas projeções astrais, mas não é um requisito fundamental.

O médico Zahar concorda. Agnóstico convicto, ele prefere outra explicação. “Acho que há níveis de consciência e de planos de realidade que ainda não conhecemos.” Curioso e interessado por relatos como os dele, o médico criou em 1999 um grupo de discussão na internet sobre o assunto. O fórum conta hoje com 924 participantes.

Noites maldormidas?

Para neurologista, experiências de projeção astral podem ser atribuídas a problemas relacionados ao sono
Para a medicina convencional, as projeções astrais podem ser explicadas meramente como problemas relacionados ao sono. Segundo o neurologista Rubens Reimão, chefe do Grupo de Pesquisas Avançadas de Medicina do Sono do Hospital das Clínicas, o quadro relatado pelos “projetores” pode ser associado ao que os médicos chamam de alucinação hipnagógica (que ocorre ao cair no sono) e paralisia do sono. As alucinações acontecem quando a pessoa entra abruptamente no estágio de REM (rapid eyes movement, ou movimento rápido dos olhos), que é quando acontecem os sonhos. Normalmente, chega-se a essa fase depois de uns 90 minutos de sono. Mas às vezes mergulhamos nela durante um descuidado cochilo.

“Em geral, a pessoa sonha com o lugar e o momento em que está. Se cochila numa sala de aula, é comum sonhar com alguém falando com ela na sala. E o sonho é tão real que, ao despertar, ela não sabe se aquilo aconteceu ou não”, diz Reimão. Segundo ele, qualquer pessoa pode passar por isso, principalmente se não dormiu o suficiente durante a noite. Já na paralisia do sono, a pessoa acorda, mas sente que simplesmente não pode se mexer nem abrir os olhos e parece estar vendo o próprio quarto.

Por: Marcos de Moura e Souza (Super Interessante - Editora Abril)